Segundo Tamborini, focar apenas no animal é tratar os sintomas. Já educar o tutor é atuar na raiz do problema.

“Treinar os donos é fundamental. Muitos problemas de comportamento dos cães surgem justamente pela falta de orientação correta dos tutores. Quando esses aprendem como se comunicar, agir e reagir diante dos comportamentos, o cão responde muito mais rápido e de forma equilibrada”, afirma o especialista.

Essa filosofia de trabalho se apoia no entendimento de que os cães aprendem o tempo todo — seja por reforço positivo, seja por permissividade. Quando o tutor reforça comportamentos errados (ainda que sem querer), como dar atenção ao cachorro quando ele late ou recompensá-lo após um comportamento indesejado, ele está ensinando exatamente o oposto do que deseja.

Além disso, Tamborini ressalta que não adianta treinar o cão em um ambiente controlado e depois entregá-lo a um tutor despreparado. “O cão volta a apresentar os comportamentos ruins porque o tutor continua repetindo os mesmos erros. Por isso, o foco do meu trabalho é, antes de tudo, ensinar os humanos”, explica.

Outro ponto importante da metodologia é o respeito ao tempo do cão e ao processo individual de cada tutor. Não existe mágica. Existe dedicação, constância e entendimento claro do que deve ser feito — e do que deve ser evitado.