Seu cachorro chora quando você sai de casa para trabalhar?

O problema é que a ansiedade pode causar problemas ainda mais sérios.

Há casos de automutilação grave como amputação de rabo, feridas por lambeduras crônicas e infeccionadas que podem gerar anemia por perda crônica de sangue e até infecção generalizada causada por baixa imunidade.
A urgência, neste caso, é detectar o problema, investigar a causa e tratar.
Um estudo da Universidade de Lincoln, na Inglaterra, sugere que antidepressivos receitados a humanos, como fluoxetina, podem diminuir o sofrimento dos cachorros.
No Reino Unido, há alguns anos, os medicamentos têm sido usados para tratar problemas para dormir e depressão dos animais. Por aqui, no entanto, o uso ainda é visto com preocupação.
A veterinária Gabriela Giraldi, da Clínica Veterinária Cuidar, indica o uso dos antidepressivos quando todas as outras possibilidades estiverem esgotadas ou quando o problema comportamental passa a colocar em risco a vida dele ou do proprietário.
E ela alerta que, em geral, os cães são reflexo dos donos. "Casas com crianças e adultos agitados e festeiros resultam em animais mais ativos e ansiosos."
Gabriela afirma que a acupuntura é uma solução para o tratamento da ansiedade em animais.
Outras alternativas são homeopatia e tratamento com florais. Cachorros ainda precisam de atividades físicas, além de brincar e interagir com outros animais.

Ricardo Tamborini, adestrador e especialista em comportamento canino, afirma que a ansiedade é uma questão psicológica que, se não for tratada, não será resolvida.
Florais e antidepressivos podem aumentar as respostas cognitivas do animal, no entanto, também podem mascarar o problema, fazendo com que o animal aparente uma leve melhora somente enquanto estiver sob efeito do medicamento.
A solução só virá por meio de um trabalho comportamental, em que se avaliam o grau de ansiedade do cão, sua relação com os donos e o melhor tratamento.

Faça sua parte e ajude seu pet

Nenhum cão nasce com medo, agressivo ou ansioso. São comportamentos que afloram de acordo com os estímulos que o animal recebe e o ambiente onde ele vive.
Ricardo Tamborini, adestrador e especialista em comportamento canino, afirma que na maioria dos casos erros provocados pelos donos levam a esses distúrbios. "O cão deve ser ensinado desde filhote a ficar um determinado período de tempo sozinho.
Outro ponto interessante é nunca ficar se despedindo ao sair de casa e não exagerar nos elogios quando retornar." Tamborini afirma que os donos, ao saírem de casa, precisam deixar brinquedos para que o pet possa se entreter na ausência.

Passeios diários também ajudam o cão a manter sua saúde física e psicológica em dia. "A soma de todos esses pontos faz total diferença para que o animal fique calmo e ocupado, tornando harmoniosa a convivência entre dono e cão."

Dicas

• Cada animal reage de forma diferente a determinados estímulos. No tratamento e no processo de recuperação de um cão ansioso, a peça-chave é a figura dos donos. Cientes de seus erros, empenhados em trabalhar essa questão de forma lúcida, poderão, mesmo contando com terapias e tratamentos, oferecer um ambiente equilibrado e livre de estresse, a fim de tornar o animal menos ansioso, evitando assim transtornos diários

Sintomas de um cão ansioso

• Agitação
• Respiração ofegante
• Aumento na frequência cardíaca
• Eliminações em locais inadequados e incomuns
• Destruição de objetos
• Latidos excessivos
• Recusa de comida e/ou água
• Salivação
• Tentativa de fuga

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