Falta de espaço pode trazer problemas comportamentais aos cães | G1
Falta de espaço pode trazer problemas comportamentais aos cães | G1
Matéria publicada no Portal G1 - Globo.com
As pessoas têm se casado cada vez mais tarde e, consequentemente, os filhos também chegam depois.
Para compensar este fato, muitos optam por adotar um animalzinho.
Com isso, o número de cães criados em apartamento cresce vertiginosamente.
O problema é que, com a falta de tempo, muitos tutores não levam os animais para passear e o pet desenvolve algum distúrbio comportamental ocasionado pela falta de espaço.
Para o adestrador Ricardo Tamborini, especialista em comportamento canino, os passeios são fundamentais para manter o animal sadio. “Cães que vivem em apartamento exigem uma rotina de passeios muito mais regrada e a falta de estímulos em um ambiente pequeno também pode ser prejudicial para o pet”, explica Tamborini.
Os cães que não conseguem se adaptar à rotina dos donos e à limitação de espaço desenvolvem alguns sintomas específicos. “Algumas atitudes como estranhar ou atacar visitas, roer ou destruir objetos e criar a compulsão por lambedura das patas são exemplos de problemas comportamentais que os pets podem desenvolver”, esclarece o especialista.
É muito importante que, antes de adotar qualquer animal, os donos avaliem o tamanho do ambiente e a disponibilidade de atenção que será oferecida ao pet. “Em grandes apartamentos, os tutores conseguem proporcionar mais atividades ao cão, principalmente se ele for de médio ou pequeno porte, restrição essa que ocorre caso o espaço seja pequeno”, diz Ricardo.
Passear regularmente com o animal é a melhor maneira de prevenir problemas comportamentais (Foto: Divulgação)
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Casa x apartamento
Segundo Ricardo, a vantagem para quem mora em casa é o espaço físico, com mais liberdade para o pet brincar e se exercitar. “Já em apartamentos, se o espaço for muito pequeno e a rotina dos donos muito atribulada, impedindo passeios e brincadeiras, o cão pode ficar estressado, ansioso e entediado, fazendo com que surjam problemas comportamentais. Porém, os próprios donos são responsáveis por proporcionar uma boa qualidade de vida ao animal, independentemente do tipo de residência”, observa o adestrador.
Outra vantagem da casa em comparação ao apartamento é a facilidade de ter espaço para criar mais de um cão. “Morar em apartamento também não impede que os donos criem mais de um cachorro. Porém, nesse caso, os cuidados com os animais precisam ser redobrados”, completa Ricardo.
Cães de pequeno ou médio portes, como shitzu, yorkshire, maltês, poodle e até mesmo os sem raça definida (SRD), são os que mais se adequam ao convívio em apartamentos.
Já os cães de porte grande ou gigante, por maior que seja o local, sempre se sentirão limitados e, de certa forma, poderão causar algum tipo de desconforto para os donos também. “O risco de esbarrar e derrubar algum objeto ao andar pela residência será bem maior, além do grande volume de fezes e urina que irá ocorrer diariamente”, pondera Tamborini.
Cães de pequeno ou médio portes são os que mais se adequam ao convívio em apartamentos — Foto: Ricardo Tamborini
Para tornar o local menos entediante e evitar o estresse do pet, o ideal é que sejam espalhados brinquedos interativos pela residência. Os donos também devem manter uma rotina de dedicação e atividades com o animal e permitir que ele desfrute de bons momentos de carinho e afeto. “Com o empenho e cuidado dos donos em praticar passeios, interagir, orientar e estabelecer regras e limites, certamente o convívio será bastante prazeroso e harmonioso, e isso manterá o equilíbrio físico e psicológico do pet”, conclui Ricardo.
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