como adaptar o pet ao novo lar
Matéria publicada no Jornal Estadão
Adestrador e Especialista em Comportamento Canino
Mudar de casa é sempre um momento importante na vida de qualquer família. No entanto, para quem tem um animal de estimação, essa fase exige ainda mais atenção. A troca de ambiente, somada à quebra da rotina, pode causar insegurança, estresse e até problemas comportamentais nos pets – especialmente em gatos e cães mais sensíveis.
Segundo Ricardo Tamborini, especialista em comportamento canino com milhares de casos atendidos no Brasil e no exterior, a forma como essa transição é feita faz toda a diferença para o bem-estar do animal.
O ideal é que o pet não participe do momento mais intenso da mudança, como a movimentação de móveis, caixas e entrada de pessoas estranhas no imóvel. Isso pode ser extremamente estressante para cães e gatos. Sempre que possível, deixe seu pet na casa de um familiar, de alguém de confiança ou mesmo em uma creche – desde que ele já esteja habituado ao local.
Outro ponto essencial é tentar manter, ao máximo, a rotina do pet, como horários de alimentação, passeios, brincadeiras e descanso. Quanto mais previsível for o dia a dia, mais rápido ele se sentirá seguro no novo ambiente.
Ricardo recomenda que o pet entre no novo lar ao lado da família, e não chegue sozinho ou depois que tudo estiver pronto. Essa entrada em conjunto transmite segurança emocional ao animal. Ele percebe que seus tutores estão ali com ele, explorando e reconhecendo o espaço juntos.
Evite deixá-lo sozinho nos primeiros dias. Caso precise se ausentar, deixe na caminha do pet uma peça de roupa usada com seu cheiro. Isso traz sensação de proximidade e conforto.
Deixe objetos familiares no ambiente. Espalhe brinquedos, cobertores, almofadas ou qualquer item que já tenha o cheiro da casa antiga. Isso cria uma conexão emocional entre o pet e o novo espaço.
Aumente os passeios e atividades. Se a nova casa for menor, como um apartamento, intensifique a quantidade de passeios e estimulação mental. Isso compensa a falta de espaço e ajuda a gastar energia acumulada.
Ambientes com quintal exigem cuidado. Se a mudança for para uma casa com área externa, evite deixar o cão do lado de fora logo de cara. Comece apresentando o quintal de forma positiva, durante brincadeiras com a família, para que ele associe o local ao convívio e diversão.
Gatos costumam ser mais territorialistas do que os cães. Por isso, mudanças podem gerar maior estranhamento. Ricardo recomenda:
Apresente a casa aos poucos. Comece por um único cômodo com tudo o que o gatinho precisa: caixa de areia, comida, água, caminha e brinquedos. Deixe-o se familiarizar com esse espaço antes de liberar o acesso a novos ambientes.
Use objetos conhecidos. Móveis, prateleiras, arranhadores e objetos que já estavam na casa antiga devem ser mantidos, especialmente aqueles que o gato costumava usar para se esconder ou descansar.
Altura é fundamental. Instale prateleiras ou nichos em pontos altos da casa nova. Os gatos se sentem mais seguros quando têm locais elevados para observar o ambiente.
Cuidado com fugas. Especialmente nas primeiras semanas, mantenha portas e janelas bem fechadas e teladas. Gatos assustados podem tentar fugir e tentar voltar para o local anterior.
Aplique feromônios sintéticos. Feromônios felinos disponíveis em spray ou difusores elétricos ajudam a reduzir a ansiedade, trazendo mais tranquilidade durante o processo de adaptação.
Para Ricardo Tamborini, o mais importante durante todo o processo é garantir que o pet se sinta seguro, protegido e amparado. Mudanças são inevitáveis na vida, mas com empatia, planejamento e orientações adequadas, é possível transformar esse momento em uma nova fase cheia de equilíbrio e tranquilidade – para tutores e animais.
Matéria publicada no Jornal Estadão
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Ricardo Tamborini – Oficial Brasil – Atualização de Copyright © 2025
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